domingo, 9 de junho de 2013

Jesus e a Mulher Adúltera

                                           



A passagem Bíblica que narra o encontro de Jesus com a mulher adúltera, já se inicia de maneira revolucionária: "Jesus, assentando-se, ensinava no templo" (Jo 8:2). Ele se assentava em qualquer parapeito, degrau, calçada, barco, aonde fosse e ministrava a Palavra. Enquanto isso, os fariseus disputavam o púlpito e as melhores cadeiras nas sinagogas.

Ele havia acabado de ensinar aos discípulos, estava saindo do templo e enquanto se dirige para casa, um motim se forma em Sua direção. Dezenas de homens carregam uma mulher segurando-a fortemente nos braços. Empurram, agridem verbalmente. Ela, com as vestes rasgadas, os cabelos assanhados, chora, soluça implora piedade. Teria sido a mulher, vitima de armação? Onde estaria o homem que adulterou com ela? Por que omitiam parte da lei de Moisés que previa apedrejamento para o casal?

"Também o homem que adulterar com a mulher do outro havendo adulterado com a mulher de seu próximo, certamente morrerá o adúltero e a adúltera" Lv 20:10

A intenção não era fazer justiça, mas punir Jesus, a mulher era uma espécie de "isca": "Na lei nos mandou Moisés que as tais sejam apedrejadas, Tu, pois, que dizes"? Jo 8:5. Enquanto os homens seguram pedras nas mãos, bradam por morte, Jesus se inclina para escrever na terra. Eles ficam surpresos com a atitude de Jesus. Movimentam a cabeça em dúvida enquanto olhares procuram resposta: "O que Ele está fazendo"?! Penso que o gesto de Jesus foi uma forma de dizimar a ira, calar os insultos, as muitas vozes. Jesus se inclina e eles silenciam, soltam à mulher, que em suspense aguarda o desfecho.

"Ele escrevia com o dedo na terra" Jo 8:6

Não haviam muitas pedras no lugar, O Mestre se agacha e espalha com as mãos o pó das pedras, a areia. Representantes da Lei ajuntam pedras. Jesus representante da graça se interessa pelo pó delas. Eles, a morte. Jesus, a Vida: “E formou Deus o homem do Pó da terra" (Gn 2:7). Nas mãos do carpinteiro, o pó da terra é moldado.

Jesus inaugura um novo tempo em que às pedras testificariam do Seu poder: "Digo-vos que, se estes se calarem, as próprias pedras clamarão" Lc 19:40
"Vós também, como pedras vivas, sois edificados
casa espiritual e sacerdócio santo, para
oferecer sacrifícios espirituais, agradáveis
a Deus, por Jesus Cristo." IPe 2.5

Ao se agachar em meio à turba Jesus nos dá uma lição: "Seja um pacificador". Aquele motim de homens enfurecidos não contamina o coração de Jesus. Já não se ouve o som das muitas vozes, uns poucos homens perguntam simultâneamente: "Dize o que devemos fazer"? "Jesus endireita-se e diz: "Aquele que de entre vós está sem pecado seja o primeiro que atire pedra contra ela e tornando a inclinar-se escrevia na terra" Jo 8:7-8

Jesus escreve na terra de costas para eles. A segunda agachada de Jesus, mais uma vez transforma a situação. Obriga-os a refletir: "Saíram um a um a começar pelos mais velhos." Envergonhados, feridos na consciência, soltam as pedras ao chão. A graça não veio para condenar, mas para salvar: "Nem eu também te condeno; vai-te e não peques mais" Jo 8:11. A mulher profundamente agradecida sai correndo pelas ruas segurando suas vestes rasgadas.

A notícia deve ter se espalhado em Jerusalém, chegado aos ouvidos de seu marido. A Bíblia não menciona o que aconteceu com o casamento daquela mulher, mas vejo seu esposo "soltando as pedras", abraçando-a, perdoando-a. Assim creio porque Deus começou uma obra na vida dela e deve ter amparado-a em sua família.

Existem muitas lições nessa maravilhosa passagem das Escrituras, não me atrevo a enumera-las. Apenas oro para que o Espírito Santo fale aos corações revelando os mistérios da graça. Soli Deo Glória.

Baseado em João 8:1-11.


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